SEM AMOR
Um dia, quando me ver passar nesse mundo
Todos esses que agora não enxergam
Os meus ais, as minhas lidas, que me restam,
Serei eu de amor notado e profundo?
No caminhar dessa estrada, sou moribundo
Que vagueia sussurrando aos que passam:
“Viram um velho sem amor e tão imundo
A suplicar os corações dos que não prezam?”
Não tem ninguém a responder nem a notar!
E eu me vejo a um reflexo murmurar:
Nesse caminho, dos meus ais, ninguém sorriu!
Já cansado, e a desistir da longa estrada
Vou sonhando pela longa madrugada
Sem quer notar o meu amor, que ninguém viu.